Quando eu era pequeno, minha mãe me ensinou aquela história do garoto que enganava toda aldeia, onde durante 3 noites ele fingia que havia um lobo atacando as ovelhas, pois ficar vigiando elas era um tédio.
Acontece que na terceira noite, realmente havia um lobo, porém por que todos já estavam acostumados de sempre ser mentira não acreditaram.
E naquela noite o lobo fez a festa e estraçalhou o tanto que pode as pobres ovelhas que nada haviam com isso.
Acontece que eu aprendi essa história muito bem, peguei essa lição e não contava quando não fosse realmente necessário.
E agora, grande não sei se devo contar minhas dores emocionais. Afinal, realmente é algo importante? Necessário?
Esses dias me peguei quase como se eu estivesse com duas pessoalidades, quase como dois seres no mesmo corpo.
Eu estou me acostumando com a dor, pois sou o que chamo de muito sensível com dor. Então tenho uns laminados que uso para me acostumar. Porém ficam marcas, e nesse dia dois amigos meus estavam indo me visitar, e por isso, eu coloquei maquiagem em cima.
Enquanto eu estava ajeitando a casa para recebe-los começou no fundo da minha cabeça como um sussurro longínquo, que eu devia fazer algo para eles notarem, notarem o que eu fiz. E eu ignorei.
Enquanto fazia uma atividade, esse sussurro tomou conta de meu braço, e em um movimento rápido fez eu encostar na roupa para manchar a roupa com a maquiagem, propositalmente para eles notarem que eu estava usando ela naquela região.
E eu senti isso, quase como um movimento involuntário.
Um eu meu tentando esconder e o outro tentando me expor.
Tão irônico. Se bem que para mim esses extremos são bem normais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário