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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Memórias - Xodó

Desabafo:

Não sei exatamente o que mi ocorreu ou se foi minha mãe quem mi ensinou, mas dez de pequeno eu gosto de animais e muitas vezes, acabo sentido seu sofrimento. Algo comum na sociedade brasileira é o fato de cachorros e gatos serem abandonados todos os dias, eles sofrem, sentem fome, frio e perecem com doenças que pegam na rua, para a maioria das pessoas isso é algo comum, eles mesmo, jogam seus companheiros para morrerem sem ajuda, eles nem chegam a notar quando passam por um, da mesma forma que muitos nem notam os mendigos nos seus caminhos. Pode parecer crueldade da minha parte, mas eu prefiro matar os animais de forma rápida, do que joga-los para morte e ficar com a consciência “Limpa”, fingindo que alguém os pegou para cria-los.


Eu não conseguiria sonhar tão alto sendo que sei que as chances deles serem pegos são menores que 5%, e no caso a 95% de chances deles morrem lentamente.



Peço desculpa por meu desabafo antes do texto, mas é que alguém acabou de atropelar um cachorro aqui em frente a minha casa, e descarto o acidente pois a minha rua é comprida e reta, daria para qualquer motorista que dirija corretamente e sóbrio, repara-lo e evitar de atropela-lo.

Xodó





Como eu falei eu sempre gostei de animais e sempre que podia eu pegava um para criar, geralmente o final era triste, já que sempre estávamos fugindo do meu pai, eu e minha mãe e em alguns momentos, Pedro um ex-padrasto meu também vinha conosco. Como não ficávamos muito em um mesmo lugar, eu tinha que mi desfazer de meus animais de estimação, sempre tentando dá-los a alguém que cuidasse deles como eu ou melhor. 



Em uma das andanças de minha vida, por volta dos meus 8 anos, eu e minha mãe moramos algum tempo eu uma cidade no Ceará e o nome tinha alguma coisa haver com cruz, ela era uma cidade com muita área, em fim, em um dia ensolarado eu esta brincado com uns amigos, nos subíamos nas arvores com muita destreza, embora eu acredite que era o melhor em escalar arvores, para ser mais específico, cajueiros! A maioria que ler vai pensar que era moleza, porem já dou- lhe uma advertência, no Ceará os cajueiros não são pequenos como na maior parte do Brasil. 



Um de meus amigos subiu em um dos cajueiros e gritou para os que ficaram em baixo que tinha achado um ninho de pomba, eu já sendo um pouco interesseiro, “esta bem, eu admito, muito”, perguntei, “Se eu te ajudar a pegar você mi da uma?”, no final das contas eu cheguei a casa com o filhote de pomba, achei que minha mãe fosse brigar ou coisa do tipo, mas ela ficou foi feliz pelo pequeno animal, então decidimos, ou melhor, ela decidiu que o seu nome seria Xodó, passou-se alguns dias com minha mãe mi ensinando a cuidar dela, mas ai teve uma festa na cidade e ela mi levou junto, mas antes alimentando a pomba, porem ela não colocou saliva junto com a comida “não tenho certeza se era milho pisado ou era sorgo triturado”. 


Quando nós chegamos da festa eu fui logo olhar minha pombinha e descobrir que ela estava já estava dura, eu fiquei muito chateado, os dias se passaram e já estava perto de nós nos mudarmos novamente, como minha tristeza não passava minha mãe resolver, ajudar e disse que se o meu amigo que ficou com a irmã da minha pomba falecida vendesse a dele por até dois reais, ela compraria ela para mim, e foi assim que a verdadeira Xodó entro em minha vida, o garoto não tinha, como eu posso dizer um cuidado muito grande com ela, pois mesmo ela já estando toda emplumada, tinha também o bico torto e em um de seu pés faltava um dedo. 

Se eu não estiver enganado, nos mudamos no mesmo dia, minha mãe comprou uma gaiola bem pequena que cabia na minha mochila. Eu coloquei a gaiola por ultimo dentro da minha mochila e deixei o zíper aberto para que a Xodó não morresse sem ar ou abafada, evitava todas as formas movimentos bruscos e sempre que dava eu lhe dava água, e foi assim a viagem no ônibus, onde eu sempre estava com medo dela fazer barulho e o motorista nos pegasse. 

Aproxima coisa que mi vem na memória foi o que aconteceu na cidade chamada Santana Do Araguaia de acordo com minha avó foi lá onde aconteceu a tragédia, foi nessa cidade onde aconteceu também a aventura que eu escrevi no texto “Quase Pegos”

Não fazia muito tempo que minha avó estava a nos visitar, como ela sempre faz, não importa onde eu e minha mãe estivéssemos ela sempre ia nos ver. Ela já estava conosco já fazia uns dia e ela vinha de algum lugar, eu na inocência corri para me esconder dela, eu do meu esconderijo dava altas risadinha, que achava que ela não escutava, mas agora acho que estava errado, quando ela mi chamou e desse que tinha matado a Xodó, eu achei que ela estava brincando para que eu saísse do esconderijo, então permanece o mais silencioso possível, mas como ela continuava a mi chamar e a falar da Xodó eu fui ver, minha avó é quase sega e nós deixávamos a Xodó solta pela casa só a colocávamos na gaiola a noite, consequência? 

Minha avó foi pegar alguma coisa em uma prateleira e para isso ficou na ponta dos pés, e a Xodó entrou de baixo do seu pé, sorte que quando ela abaixou a Xodó puxou a cabeça e não morreu esmagada, mas toda a pele da parte de cima de sua cabeça saio, deixando grande parte de seu crânio amostra. 

Eu nem cheguei a ficar desesperado, quando eu a vi, simplesmente fiquei triste, não achei que ela sobreviveria, mas com muito cuidado e carinho ela começou a se recuperar, nós até chegamos a nos mudar novamente e nesse estagio a cabeça dela já tinha crescido a pele novamente, como ela era pequena, sempre alguém acabava pisando nela sei querer, eu estabanado como sempre fui era um dos que mais acabava pisando nela novamente, depois mais ou menos de uma ano, começaram a nascer penas naquele coro preto e grosso. 

Quando ela já estava com a cabeça toda coberta nós nos mudamos para Novo Progresso, “é uma cidade no Pará”, quando chegamos la já tivemos um incidente, o meu padrasto quebrou o pé, mas ai jê é uma outra historia. Chegando na cidade, minha mãe guerreira como é foi atrás de umas madeiras, “foi por causa disso inclusive que o Pedro quebrou o pé”, com as madeira fizemos uma barraca em um grileiro ou era assentamento, não sei ao certo, sei que nós estávamos la para ganhar um pedaço de terra. 

Normalmente conforme as penas das asas iam crescendo a mãe sempre as cortava, ai teve uma vez que ela se esqueceu, e como a Xodó sempre estava solta... Deu no que deu, ela saio voando e foi para longe, no rumo da mata, minha mãe ficou apenas cheirando uma pena dela e falando que não tinha mais jeito, ela estava triste porem não achava algo terrível, afinal a Xodó tinha voltado para seu habitat natural. Com o passar do tempo naquele dia nós achávamos cada vez mais que ela não fosse voltar mais, foi ai que minha mãe quase bateu nela, que estava nesse momento em um caibo da casa, se não fosse por ela ter feito barulho quando a mãe foi em sua direção, minha mãe provavelmente teria saído dali com um galo na testa. 

Os dias iam passando, a Xodó sempre voava para a mata e parecia se esconder, e quando ela se escondia, não tinha quem a achasse, ela ficava quietinha, não importa quanto chamávamos, ela não respondia a não ser que nos a vicemos, ai ela soltava os seus, hou hur, bom só tinha um jeito de tira-la da tocaia, era com uma prato de comida, assim que ela via que o almoço estava pronto ela vinha das arvores próximas, não para comer, afinal ela tinha sua comida e coisas que ela achava na mata, ela vinha mesmo só chafurdar no nosso prato. 

Minha mãe acho que foi a que mais sofreu com a partida da Xodó, afinal era só ela falar “Deixa eu dar um cheiro na Xodó”, que a pombinha abrias as asas e esperava contente a cheirada, bom foi nesse meio tempo que entrou em sena a Minrosa, minha linda gata, ela tinha um pelo lindo, brando com umas manchas pretas na cabeça e uma no rabo. Minha mãe já pensou, como você vai ter uma gata com um pássaro que vive solto? Mas eu insiste tanto que ela não se importou, em vez disso ela resolveu treinar a gata para não comer a Xodó, Devo admitir que este treinamento não foi la muito amistoso, ela soltava a pomba e segurava a gata bem perto e soltava bem devagar e quando a Gata ia pular para pegar sua presa fácil, minha mãe lhe dava uma senhora tapada, a Gata saia doida para o mato se esconder, minha mãe fez isso varias vezes, até a Gata aprender, ou no caso temer. Quando o treinamento estava terminado, a Minrosa nem chegava perto da pomba, as vezes a gata estava se preparando para pular em outro pássaro que comia despreocupadamente as sementes que jogávamos, mas ai a Xodó chegava para comer e a Gata se animava, mas assim que o vento soprava para seu rumo e ela sentia o cheiro da Xodó ela corria para o mato e ficava olhando de um lado para o outro. 

Até que chegou o dia. Eu não conseguirei esquecer, minha mãe tinha ido para a cidade, em busca de políticos, para que eles lhe dessem uma terra, eu estava brincando e a Xodó estava solta como sempre, foi quando escutei barulho de meninos, e como da ultima vez eles tinha roubado o cordão do meu short que estava secando eu corri para o varal e peguei todas as roupas, depois de guarda-las eu voltei para o arame e fiquei ale para saber o que eles queriam, foi ai que escutei eles falando, “Ela caio por aqui”, meu coração quase parou quando eles levantaram o seu corpo inerte, não tinha como não reconhecer eu sabia que era minha amada Xodó, que tanto foi pisoteada, sabia que era ela, eu não consegue fazer nada alem de chama-los de assassinos e correr para minha casa. 

Dez desse dia eu não gosto de pessoas que cassam passarinho, a final minha Xodó não iria sair voando só por que ouviu barulho de garotos. Eu e minha mãe choramos muito, ela cheirava uma pena que uns dos nossos vizinhos avia encontrado na estrada de terra ale perto, minha mãe cheirou e nesse instante ela teve certeza que a Xodó não voltaria mais...

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