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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Memórias - "Quase Pegos"

“Quase Pegos”

Quando eu escrevi esta memória eu não me lembrava do nome da cidade em que esta aventura aconteceu, na verdade eu continuo sem lembra, mas minha avó disse que a cidade se chamava Santana Do Araguaia, não tenho certeza se esse realmente era o nome, mas sei que foi lá onde eu vi meu primeiro espanta-cão, “é um carro muito barulhento com o motor de fora caso não saiba, acho que o motor é de trator”, foi também onde minha avó pisou na cabeça da Xodó e quase a matou, mas como ela merece uma memórias só para ela não irei entrar em detalhes.

Para quem já morou em uma cidade perto do mato sabe que um dos prazeres das molecadas é cassar passarinhos com baladeiras/estilingues mato a fora.

Como quando pequeno eu era mais sociável já tinha alguns amigos, esse mesmos me convidaram para ir cassar passarinhos em umas fazendas que tinha ao redor da cidade, eu como sempre fui muito cagão fiquei com o pé a trás, mas um de meus amigos me confortou dizendo que o dono da terra onde íamos cassar, era muito amigo de seu pai e já que estávamos com seu filho “no caso ele”, não haveria problema nem um.

Então partimos indo nos carreiros adentro da fazenda. Chegamos em uma estrada de terra onde ficamos caminhando atrás de nossas presas, eu particularmente não gostava muito de matar passarinhos, mas como eu estava com meus amigos e se eu chegasse a matar um, eu não o jogaria fora, faria um belo assado para mim de noite, “além de pode chegar em casa e mostra o meu troféu”.

Estava me divertindo muito, ninguém tinha chegado a acertar nem um pássaro, aqui e acolá um jogava uma pedra mais sempre errava, enquanto caminhávamos pela estrada nos deparávamos com frutinhas silvestres comestíveis, em dado momento entramos no pasto que se estendia a nossa esquerda, enquanto os outros ficavam tacando pedras no gado que pastava tranquilo eu estava apenas conversando e tacando pedras para o alto, “sempre adorei ver a pedra desaparecer de minha visão”.

Nossa atenção foi roubada por um homem que passava de moto na estrada que tínhamos acabados de sair, o meu amigo que avia me deixado tranquilo se jogou no chão e e falou em um sussurro desesperado para fazemos o mesmo, o pouco relutante me joguei no chão também e o questionei, “Você não tinha dito que o dono era amigo de seu pai?” e ele me respondeu que tinha mentido para mim e que o dono odiava encontrar crianças lá, enquanto discutíamos no chão o cara da moto passou tranquilamente na estrada, mas acho que ele nos viu por que ele voltou logo depois e para o desespero de todos ele entrou no pasto com moto e tudo.

Não precisei da ordem para correr, eu já estava na frente, eu era o mais lerdo do grupo mais agora, com o medo que percorria meu corpo, estava liderando o grupo correndo como um louco. O cara com a moto não estava muito rápido por causa de uns matos que eram grandes, da minha altura, eles não tinham folhas eram apenas varas saindo do chão, a adrenalina era tamanha que não os sentia, enquanto acertavam meu corpo com violência.

Quando cheguei na estrada não sabia o que fazer, como eu era o líder na corrida e não conhecia o local, fiquei desorientado, eu tinha saído um pouco antes de uma porteira que tínhamos passado mais sedo, eu vi meus amigos do outro lado, um olhou para mim e fez um gesto para que eu o seguisse, mas parou e correu para a mata assustado, ia fazendo o que ele avia proposto mais antes olhei para o lado que ele tinha olhado antes de entrar em desespero.

Tinha dois homens a cavalos vindo em minha direção, eles viam da direção oposta que meus amigos entraram no mato, com o medo mi dominado não consegui pensar, o cara da moto estava chegando e tinha agora esses dois homens vindo da saída, sem pensar eu entrei no mato a minha frente. Como a mata era muito densa não deu para que entrasse mais, então me abaixei e fiquei quieto na esperança dos homens desistirem, mas isso não aconteceu.

Eu estava tão próximo deles que eu os via. Agora o cara da moto e um dos que estavam montados nos cavalos, estavam a pé, o cara da moto fazia um discurso assustador, falando que odiava meninos com baladeiras, que eles sempre ficavam tacando pedras nos gados, falou também que se ele pegasse um de nós iria capar-nos, iria arrancar nossos ovos fora e jogar para os cachorros. Pelo seu discurso eu entendi que eles se incomodavam com os meninos que tinha as baladeiras com sigo, por tanto eu tentei a sorte.

Coloque a baladeira na virilha por baixo do short, com muito cuidado para que eles não mi vicem. Sai muito acanhado do mato e menti dizendo que eu estava apenas fazendo companhia aos meus amigos e que eu na tinha baladeira, falei também que tinha até pedidos para eles pararem de acertar o gado com pedras. Para minha surpresa, os homens foram simpáticos, firmes, mas simpáticos, eles me advertiram para que eu não fosse novamente lá, já que era minha primeira vez lá, eles não iam fazer nada e após eu perguntar onde era o caminho de volta para a cidades ele mi mostraram com simpatia.

Fui indo no caminho que eles me mostraram me tremendo e aliviado, estava com muita raiva do meu amigo que avia mentido, mas essa foi uma grande aventura para mim.

2 comentários:

  1. Gostei! da Historia, primeiro texto da minha vida que lir,
    e não deu sono.

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