Perdi,
Perdi tudo aquilo que mais admirava e perseguia perdi meu eu, minha mente, meu corpo minha sanidade.
Perdi minha memória, não!
Perdi minhas memórias, quase todas, mesmo que elas fossem desacreditadas eram as únicas coisas que provavam que eu vivi aquilo, já passei por tanta coisa, já vivi muitas vidas, mesmo sendo tão jovem.
Mas agora ao perder os pedaços, locais, ações... Eu perdi, perdi o que mais me conectava ao meu passado que era eu mesmo. Nesse emaranhado de perdas perdi a mim mesmo.
Perdi brincadeiras, histórias minhas e estórias de outros, perdi tudo aquilo que mantinha minha mente em funcionamento que era guardar. Guardar tudo com um zelo desmedido, porém agora sem acesso as caixas empoeiradas, não consigo guardar novos contos, não consigo guardar, seja físico seja intangível.
Me perdi no vazio de meu próprio esquecimento, ou será que isso de nada faz parte de mim?
Perdi, e isso é só o que gira em minha cabeça, perdi, perdi, perdi, perdi...
Mas o pior de tudo que perdi foi minhas forças, pois agora simplesmente não tenho mais energia, vontade ou poder de embarcar em uma aventura para recuperar as minhas coisas perdidas, ou para criar novas.
Estou cansado, e quando menos se esperar essa máquina de carne e osso vai parar de funcionar.
E acredite quando digo isso, não vai ser ruim, não importa a forma ou como aconteça, isso vai ser apenas mais uma etapa. Pois vou enfim poder me juntar ao Pequeno Príncipe com seu vocabulário encabulado na em seu cometa próximo a verdadeira Nárnia. E só após um bom descanso poderei voltar para novamente alegrar a todos que estão a minha volta, como vazia antes. Será que de fato fazia?
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