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domingo, 18 de julho de 2021

Texto - Fantasmas de Natal

Eu simplesmente sou uma pessoa assombrada. E não importa o que eu faça sempre caio novamente na fronte de meus fantasmas bem interno, bem fundo, quase me tornando eles. Fantasmas esses ora queridos, ora odiados. Mas que a mim não deixa a paz reinar.

Às vezes me sinto em um conto de natal, um que perdura dia após dia, porém desta lição, não sei o que retirar.

O fantasma do passado é o mais silencioso, pavoroso. Me aterroriza sem ao menos identificar-se, muda, molda e transforma o meu presente de tal forma que nem me atrevo a reclamar.

Sinto ele e o medo me domina, não sei do que, nem o por que, mas a mim, vem agoniar.

Ele é sorrateiro, silencioso e diversificado. A cada vez que sinto sua presença é uma forma diferente, e ele traz sua irmã sempre presente, desespero, e essa eu conheço o rosto bem, pois quando ela chega junto com o medo, sinto me levado por uma embriaguês aterrorizadora, por mundos que jamais deveria ao menos tocar, ou sonhar.

Já o fantasma do futuro eu conheço todas as suas faces a mostra, e tento retirar de seu mando, seus rostos desconhecidos e mais suaves. Mas ele não me deixa. Ele só que me apresentar suas piores faces. Faces horrendas que jamais quero enfrentar.

O fantasma do presente, está a tanto tempo comigo que me perdi em seu lamurio. Sinto que não sei onde começa sua dor, ou onde termina minha alma.

Dos fantasmas passados e presente, estou aprendendo a aceitar. Mas não sei se o mais novo dos três irmãos conseguirá me conduzir, pois não quero sua companhia. Já basta enfrentar suas faces tão terríveis.

Já tentei explicar, debater, analisar e calar. E essas alternativas não me levaram a nada. Acredito que seja por isso que escrevo, escrevo para registrar minha indignação.

Escrevo pois à mim, já não resta nada, sinto-me destruído e apenas quero descansar.

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