Translate

terça-feira, 13 de junho de 2017

13-06-2017

Meio que eu fui sequestrado e roubado ontem, eu e mais uma porrada de gente do meu bairro.

Por que assim, como eu já falei antes, meu bairro é mais afastado do centro, lembrando bastante São Paulo, com sua cidade gigante. O bairro é tão afastado que parece mais uma cidade diferente, já que é necessário passa por varias fazendas até chegar la.

O sequestro/roubo aconteceu, quando o ônibus parou em sua ultima parada ainda dentro da cidade, é tanto que esta parada não tem iluminação, e é cheio de mato. Sempre que as pessoas desciam ali, eu as via correndo até o poste mais próximo, que fica um pouco distante.

Mas ontem nós teríamos dois visitantes indesejados.

Como eu estava conversando com uma amiga, que pretendia ir e voltar no mesmo ônibus, eu não cheguei a ver o primeiro entrando, como eram dois eu vou chama-los de B1, e B2. Os dois estavam armados.

O B1, entrou e rendeu o motorista, eu só escultei ele dizendo para abrir a porta de trás e um burburinho começando. Para especificar, eu estava sentado na penúltima fileira de cadeiras.

Quando o motorista sob ameaça abriu a porta traseira, foi onde o meu terror começou, pois o B2 entro, já com a arma em punho e correu para a frente para controlar o motorista. Por reflexo, eu tirei o meu celular e coloquei entre o banco e a lataria do automóvel. Como eu tinha visto a arma do B2, eu comecei imediatamente a ficar nervoso, nem lembro muito das coisas que eles falaram, como eu sofro de arritmia cardíaca, comecei a ter uma crise.

Eu fiquei em panico, pois quando eu tenho isso, geralmente a minha reação é correr e tentar controlar a respiração, mas eu não podia fazer movimentos bruscos, imagine só ficar de pé?!

Mesmo neste estado de cataclismo, pudi ver o B1 entrar pela porta de trás também. A partir dai um deles gritou para o motorista acelerar, ai esta o sequestro.

Como B2, tinha tomado o lugar do B1 e agora estava com o motorista rendido, o B1 roubou uma mochila de uma aluna e começou a ir para frente e para trás, pegando as coisas dos outros passageiros.

É engraçado que mesmo em panico eu estava tentando esconder o celular, neste momento eu nem cheguei a lembrar da minha carteira, a unica coisa que eu queria era me controlar e por extinto esconder o celular. Se eu não estivesse deste jeito poderia ter notado, que eles estavam nervosos, e que não estavam exatamente exigindo tudo das pessoas, e como minha amiga mais tarde observou, eles estavam drogados. Eu poderia ter deixado o celular escondido e entregado a carteira, mas eu estava muito ocupado e desesperado tentando me controlar, para pensar e observa estas coisas. Eu parecia um demente mental, me movendo para frente e para traz, inspirando e expirando desesperadamente.

Mas o fato decisivo foi um tiro, que veio da parte da frente do ônibus, mais tarde eu observei que o som foi muito baixo, de todos os que eu já havia escultado. De qualquer forma, mesmo tendo controlado a crise, quando um deles atirou, eu acabei ficando com medo e no que antes eu estava tentando enfiar o celular mais e mais, agora eu estava tentado tira-lo para entregar ao bandido. O meu medo agora era que eles achassem que eu estava tentando, filmar, mandar msn, ou algo do gênero. O celular parecia não sair mais.

No fim eu entreguei o meu celular, como muitas outras pessoas, fora que eu achava que o tiro tinha atingido uma pessoa, pois as alunas na ultima fileiras começaram a chorar. Depois eu soube que elas tinha começado o berreiro desde o começo, mas acho que não vi por causa da minha histeria.

Uma outra coisa que eu me lembro, é que o B1 estava reclamando de um dos passageiros entregar o carregador do celular também, minha amiga disse depois que esta reclamação foi acompanhada de um tapa da cara do passageiro, mas eu não vi isso.

Já fiz de tudo para ver se recupero o celular, mas acho que este só em outra vida. Quando pediram para eu dizer como eram os bandidos, eu não pudi dizer nada, pois do jeito que a histeria havia me deixado eu não saberia dizer quem eram os bandidos, nem que um deles fosse minha mãe. (Risos).

A ação, não demorou mais que dez minutos, na verdade acho que deve ter sido por volta de cinco.

Eu desce perto do pôstinho para poder aferir a minha pressão, pois achei que ela estava absurdamente alta, mas ela estava até boa demais, 12x08, coisa rara de acontecer hoje em dia.

Hoje o dia todo foi acompanhado de sustos, qualquer barulho um pouco mais alto já achava que era um outro assalto. Que vergonha, e pensar que eu não fiquei tão assustado, não exatamente com o assalto, pois o meu medo mesmo foi o coração. Acho que eu fiquei mesmo impressionado com isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário