Como já disse antes, minha infância foi marcada por turbulências, sempre viajando, sem um rumo certo, sempre a procura de uma terra para que eu e minha mãe vivêssemos. A memória de hoje é nessa mesma época, tudo como o de sempre, foragidos de meu pai, e sem uma casa nossa. Eu e ela como muitas vezes, estávamos morando na casa de minha avó, que na época residia em Palmas.
Minha mãe nunca gostou do governo, sempre teve uma mania de “teoria da conspiração”, e portanto ela não queria que eu tivesse minhas primeiras descobertas nas mãos do governo, ela queria me ensinar em casa, fora que nós não ficávamos em um lugar fixo por muito tempo.
Nesse período de seis meses em que nós ficamos na casa da minha avó, eu comecei a cursar em um colégio da região por insistência de minha avó, que tem um pensamento completamente oposto ao de minha mãe. Nessa escola eu conheci uma das minhas mais ilustres professoras, eu vou chama-la de Boca-vermelha, pois ela sempre usava um batom de cor vermelho, que entrava em grande contraste com sua pele, muito clara, e seus cabelos amarelos, lembrando fios de ouro.
Com essa professora, eu aprendi a escrever meu nome completo, pois minha mãe não tinha lá um afeto muito grande por meu pai, “que ela e eu sempre chamamos de Doador Genético, afinal Pai é quem cria, ensina, dar amor, carinho…”, e ela não me ensinou o nome que herdei dele “Matcheck”, eu sempre aprende o meu nome composto com o sobrenome que puxei de minha mão, é tanto que eu ainda tenho um pouco de dificuldade de escrever o que veio de meu pai. Lembro que eu estava na primeira série, e que eu iria para a segunda série como é o normal, mas após seis meses matriculado eu tive que mudar novamente, o correto era eu continuar na primeira série, ou no máximo ir para a segunda série, mas a Boca-vermelha, pessoa maravilhosa que ela é, fez um documento, dizendo que eu estava apto a cursar a terceira série, e assim eu fui para da primeira série para a terceira.
Eu gosto muito dessa minha professora, na verdade ela foi a que eu passei mais tempo, tirando, o de agora que eu estou matriculado e estudando.
Depois disso eu fui para o Ceará e depois para o Pará, e sinceramente eu não cursei um colégio até a quinta série, onde na época era o sexto ano, mas isso já uma outra história.
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