Assombração
O começo deste sonho está um bocado enevoado em minha mente, era algo como seu eu estivesse caçando algo, ou algo estava me caçando.
A cidade em que eu estava era bem parecida com a que eu moro, só que com pequenos detalhes, que as diferenciam.
Mas o começo não é muito importante pois o que realmente me deu muito susto foi quando eu entrei dentro de uma casa que ficava em uma depressão e ao seu lado tinha um pequeno córrego.
Eu praticamente invade a casa, mas a sua moradora não mostrou nem um pouco de nervosismo ou raiva. Ela era muito bonita e jovem, tinha os cabelos curtos e loiros, ela me tratava como se fossemos velhos amigos, mas eu não me lembro de conhecê- la.
Essa improvável minha “amiga”, não queria que eu fosse embora, pois já estava escuro. Ela meio que começou um assunto sobre o seu pai ter morrido a pouco tempo e sobre lá quando anoitecia não era seguro. A princípio ela não estava muito preparada para contar sobre seu pai, mas mesmo emocionada ela contou que seu pai tinha morrido a pouco tempo naquele córrego que passa perto de sua casa e que ele morrera quando ele estava dentro de uma canoa que descia o rio de acordo com a correnteza. Ele estava indo a algum lugar que ela não falou. Até aí tudo bem, mas a canoa subiu a correnteza, mesmo com o seu único tripulante morto.
Depois desta história meio bizarra foi que eu realmente queria ir embora dali, ela percebeu a minha agitação e me soltou essa frase “É, aqui acontecem coisas estranhas…”.
Esta frase foi o estopim, não queria ficar lá, nem mais um minuto. Como ela não queria me deixar ir só, resolveu me acompanhar.
Nós já estávamos caminhando na rua em direção a minha casa, quando aconteceu o que para mim foi o ápice do sonho. Há nossas costas veio um ruído de uma campainha de bicicletas infantis, e quando eu virei minha cabeça tinha um triciclo no meio da rua andando em nossa direção. O mais assustador não foi este triciclo não estar ali a um minuto e sim, ele estar andando sem ninguém em cima.
Não deu em outra, eu e a mulher loira, metemos “os pés para quem ti quero”, corremos como condenados correm da guilhotina.
O bom de ser um sonho que nós não nos cansávamos, o pior de ser um sonho é que não terminou aí, logo depois apareceram dois garotos de idades diferentes.
Foi nessa parte que o sonho se mostra sonho, pois mesmo estar correndo sem virar a cabeça, eu vi tudo o que aconteceu, os garotos meio que estavam brincando quando o mais velho deu um empurrão no mais novo e este caiu e bateu bem forte com a cabeça no chão, o mais velho continuou inocentemente a correr e logo depois sumiu, já o mais novo mesmo visivelmente estando morto, se levantou e começou a me perseguir.
O garoto só correu atrás de mim pois a mulher conseguiu entrar em uma casa de uma amiga dela.
Por mais rápido que eu corria o garoto sempre estava na “minha cola”, ele murmurava algumas coisas que eu não entendia, depois de “Eu acho” ele se cansar ele começou a ficar irritado e sua voz deixou de ser infantil e passou a ser bem grossa e como se fossem várias vozes juntas.
Quando a voz dele mudou de tom, eu no desespero, parei, pede desculpas e perguntei o que ele queria. Para vocês verem o quão grande era o meu desespero.
E finalmente eu acordei no meio da madrugada.
01 - Outubro - 2016
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